28 de abr. de 2009

SOBRE O PROJETO


Aracy Telles de Almeida gravou discos de destaque com obras de Ary Barroso, Lamartine Babo, e Babaú - Ciro de Souza. Era companheira de boemia de Noel Rosa. Treze anos após a morte de Noel, quando o compositor estava quase caindo no esquecimento, Aracy de Almeida o resgatou num primoroso álbum duplo que fez muito sucesso.

A partir da década de 70, além da “personagem de bofes azedos”, desbocada, que dava notas
baixas aos calouros, a artista se entregava às leituras das obras de Schopenhauer, Goethe,
Augusto dos Anjos; ouvia Wagner, cuidava de bichos de estimação, colecionava antiguidades
e obras de arte, citava Noel Rosa o quanto podia. Viveu entre amigos que figuravam desde
Hermínio Bello de Carvalho até prostitutas, por quem tinha muito respeito.
“Aracy de Samba e de Almeida” é um show cênico que resgata a trajetória da encantada
Araca, e integra o “Chora que Passa”, projeto criado pela atriz e cantora Carol Bezerra. A
proposta é desenvolver shows com repertório genuinamente brasileiro: samba, choro e maxixe,
com performances cênicas homenageando antigos compositores e intérpretes da música
popular Brasileira. O objetivo é resgatar nossa identidade cultural através destes artistas que
tiveram grande importância na década de 30, época rica em originalidade no fazer artístico, e
onde o conteúdo nacional era bem representativo.

Nos arranjos utiliza-se desde elementos tradicionais do “choro” até execuções performáticas,
tudo organizado e produzido por Ítalo Peron, e dirigido pelo experiente Sérvulo Augusto.
Poesias, humor, biografias e narrações dirigidas por Daniel Costa, permeiam as canções visando
uma inter-relação entre as linguagens musical, teatral e literária.

O nome “Chora que Passa” que batiza o projeto, é título de uma peça do “Teatro de Revista”,
gênero musical vindo da Europa no começo do século, que “abrasileirou-se” com Artur
Azevedo, e era o principal difusor da música nacional antes do rádio.

Desde 2000, o “Chora que Passa” vem conquistando lugar nos espaços culturais mais
diversificados na Grande São Paulo, tais como: projeto “Matinê no Municipal”, no Theatro Municipal de São Paulo; “Poetas, Músicos e Diletantes” do Sesc Pinheiros; por ocasião da pré-estréia do filme “Noel: Poeta da Vila”, na 30ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo; Semana Ritmo e som”, do Instituto de Artes Unesp/ SP; no “Chá Cultural” do Sesc Carmo; “Jantar das Dez” no Clube Monte Líbano; por várias vezes no projeto de música e literatura “Trovas e Canções” do Sesc Pompéia; e também em espaços alternativos como: “Villagio Memória”, projeto de resgate de música brasileira do Villagio Café; “Dinorah, que saudade”, outro projeto em homenagem à música antiga; e em “Segundas Intenções”, projeto de performances artísticas.

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